27 de dez. de 2009

If nobody speaks of remarkable things...

Todo mundo deve ter um determinado livro que parece um pouco com a história da sua vida, ou com a situação que está vivendo ou viveu em um passado próximo. Pois bem: o meu é o livro de Jon McGregor, traduzido como "Se ninguém falar de coisas interessantes". Não satisfeita, inventei de relê-lo, por uma necessidade estúpida de sentir o que eu já sabia que sentiria ao fazê-lo e, também, por um detalhe novo: sinto-me exatamente como o garoto do número 18, o "garoto de olhos secos". Ele reúne suas coisas, está indo embora e está delicadamente apaixonado por alguém que nem desconfia disso. Não é nenhuma novidade? Acontece que o modo como isso ocorre é diferente. O autor é de uma sutileza desconcertante, parece uma trama tecida em fios de seda, ou algo parecido.
Enfim, é um livro belíssimo, de uma plasticidade arrebatadora. E voltei a relê-lo por causa do rosto de uma pessoa que me lembrou essa obra, justamente por sua delicadeza.
Não estou reunindo as minhas coisas, nem estou, por hora, indo embora... o fato é que esse "rosto" é, para mim, como o "alguém" para o garoto do número 18...