19 de abr. de 2009

eu faço versos para não enlouquecer,
visito Kerouac todas as noites
repassando sonhos,
anseio por corpos e olhos,
uma gota,
um troço qualquer,
uma dose de tequila
e o tempo paralizado
eu faço versos para não enlouquecer,
tenho uma Harley no bolso,
percorro campos, estradas abandonadas,
durmo em hotéis baratos e simpáticos,
converso com andarilhos
que me ensinam canções tristes
eu faço versos e vou vivendo no susto,
num impulso,
no limite entre o corte e o pulo,
nas bocas que desejo numa tarde ensolarada